quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sinalizando a vida (II)





Vi, li, ouvi, reflecti e escrevi…!


Igreja missionária em tempo de crise - A missão evangelizadora é uma dimensão essencial da identidade ou da razão de ser de toda a Igreja.
Só a partir do Amor, a partir de Cristo, é que a dimensão missionária se concretiza. É a partir de Jesus servo e servidor, em atitude de gratuidade amorosa, num sinal de entrega sem limites, num gesto de amor e de serviço, que se efectiva a maravilha do dom, protótipo de toda doação e entrega que a missão da Igreja é chamada a viver em cada época concreta na história. A imagem do Bom Pastor aparece na Carta como ícone missionário por excelência. Bom Pastor que leva as ovelhas a pastagens verdejantes onde há Vida e há futuro: “Eu vim para que tenham Vida e Vida em abundância” (Jo10,10).
O Documento da CEP, interpela para a urgência da Evangelização. Há uma consciência cada vez maior, de que Jesus Cristo é cada vez menos conhecido. Os critérios do Evangelho estão cada vez mais distantes da vida e do actuar dos homens e mulheres da sociedade actual.
É urgente, é a hora propícia a uma “nova cultura de evangelização” onde todos os baptizados se sintam comprometidos no desafio de anunciar o Evangelho, com paixão, com audácia evangélica, com dinamismo e atitudes novas.

Democracia e economia
O crescimento económico da China leva alguns a interrogarem-se: será que para crescer não é preferível um regime autoritário a uma democracia? Por exemplo, a construção de uma barragem na China implicou desalojar dois milhões de pessoas. As autoridades chinesas fizeram-no em 48 horas. Numa democracia, levaria anos até serem ultrapassados os protestos das populações afectadas. E também se pode invocar que o período de maior crescimento económico da nossa história foi imediatamente anterior ao 25 de Abril de 1974. Mas, independentemente de o crescimento económico não justificar pôr em causa valores mais altos, como as liberdades, existem argumentos que ligam a democracia à expansão económica. Amartya Sen mostrou que as grandes fomes se ficaram a dever à falta de democracia, não à escassez de alimentos. E só a liberdade promove um ambiente propício à iniciativa privada e à aceitação do risco que um investimento empresarial envolve.
Do mesmo modo, só em liberdade floresce a troca de ideias que leva à inovação. Evitemos, por isso, os simplismos. Deus criou-nos livres, … Aquele que te criou sem ti, não te pode “salvar” sem ti!

Os Mineiros – Não podemos esquecer o drama dos 33 homens que ficaram soterrados, algures no Chile, mas podia ter sido noutro pais e até mesmo, no nosso meio. Poderá este acontecimento ser oportunidade para muita “divagação” e levar mesmo a desviarmo-nos do que é urgente: reflectir, analisar e prevenir as causas, não há efeito sem causas!
Rezou-se muito pela vida destes 33 irmãos, que no seu local de trabalho, caíram na “desgraça”…! Mas, é necessário que se expõem em “plena luz” as condições desumanas em que trabalhavam e continuam a trabalhar muitos homens e mulheres (dentro e fora das minas): sem segurança física, psíquica e social, sem condições mínimas de pessoas humanas. Quantos riscos se correm? Aquando do desastre, passei as primeiras horas a ver como ia ser o final …, rezei pelo seu salvamento, mas, hoje, confesso o meu pecado, que nunca me ocorreu o mínimo de indignação pelas causas desumanas em que trabalhavam estes meus irmãos!

Renovar a esperança – Hoje, a cada hora, surgem notícias menos agradáveis, resta-nos recorrer à nossa História pátria!
Temos nove séculos de História, um dos países mais antigos da moderna Europa. Já fomos quase um país “milionário” e já tivemos quase a “ fechar a porta” .
É curioso verificar que tivemos quase sempre o mesmo cenário: muita irresponsabilidade de quem nos governava, mas, à última da hora, conseguimos fazer renascer a esperança!
Os tempos são difíceis, mas, o momento de crise, é uma ocasião única, mais uma oportunidade, para deixarmos de viver na apatia, à espera que tratem do nosso futuro!
Não acreditemos em “sebastianismos”! “Comerás o pão com o suor do teu rosto!”

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