Há gestos e "presenças" na vida, que jamais passam!
Era jovem (17 anos) quando resolvi ir para o Seminário. Deixar a família e os amigos e recomeçar uma rotina diferente, estou a falar na segunda metade da década de sessenta. Ainda não tinha chegado o arejamento do Concílio, tudo era muito rigoroso. mas, eu era crescido e já tinha um caminho semi-traçado, mas olhava para o lado e havia muitas "crianças" acabadas de terminar o ensino primário e neste ambiente "sério e pesado", havia quem nos olhasse como "mãe", as Irmãs Religiosas que colaboravam com a equipa do Seminário. Como em tudo, havia alguém que se destacava e quem nos aproximávamos mais: "a Irmã Cinco Chagas". Quantas vezes, a sua presença e palavras enxugavam as lágrimas de saudade e de solidão !
Já crescido, em Coimbra, cursando Teologia, continuava a exercer em nós uma presença insubstituível. Olhava para nós debaixo para cima, era de pequena estatura, e já antevia o "dia de nos beijar as mãos consagradas"!
No dia da minha Ordenação de Presbítero, como éramos os dois felizes!
Passaram-se os anos e vida parece que nos separou. Fui encontrar a nossa Irmã muito debilitada fisicamente, mas muito lúcida e perspicaz a terminar os seus dias no seu leito, feito altar de "Imolação"!
Mas no dia 27 de Agosto p.p., tive a graça de chagar a tocar na urna com seus restos mortais.
Foi um exemplo de vida Evangélica, desprendida de si e pronta junto de quem precisava.
Escolheu o caminho "estreito" do Evangelho.
Vinde bendita do Meu Pai: ... porque tive ... e estavas presente!
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