sexta-feira, 21 de outubro de 2011

22 de Outubro - Igreja celebra memória de João Paulo II


Lisboa, 21 out 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica celebra este sábado, pela primeira vez, a memória litúrgica de João Paulo II (1920-2005), Papa polaco que foi beatificado em maio deste ano pelo seu sucessor, Bento XVI, no Vaticano.
A data assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.
Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.
“Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canónico para a Igreja latina e oriental”, pode ler-se.
Aos fiéis é proposta ainda uma passagem da homilia de João Paulo II no início do seu pontificado, precisamente a 22 de outubro de 1978, na qual afirmou: «Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo!».
A beatificação, que antecede a canonização (declaração de santidade), é o rito através do qual a Igreja Católica propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o seu culto público, normalmente em âmbito restrito.
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dispôs um calendário próprio para a diocese de Roma (da qual todos os Papas são bispos) e as dioceses da Polónia (país natal de João Paulo II), regulando o “culto litúrgico” ao futuro beato.
A Santa Sé refere ainda que outras conferências episcopais, dioceses ou famílias religiosas podem apresentar um “pedido de inscrição” desta memória litúrgica nos seus calendários próprios.
A oração inicial da missa – formalmente, a «coleta» - desta celebração litúrgica, em português, é a seguinte: “Ó Deus, rico de misericórdia, que escolhestes o beato João Paulo II para governar a vossa Igreja como Papa, concedei-nos que, instruídos pelos seus ensinamentos, possamos abrir confiadamente os nossos corações à graça salvífica de Cristo, único Redentor do homem. Ele que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”.
Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005.
Entre os seus principais documentos, contam-se 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.
Este dia vai ser assinalado em Roma com um encontro de jovens para uma missa presidida pelo cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese italiana.
Em Lisboa, a data será celebrada paróquia da Sé Patriarcal, com o lançamento, às 20h00, de um disco de tributo ao beato, que inclui o hino oficial da beatificação de João Paulo II, originalmente composto em italiano pelo maestro Marco Frisina, com tradução e adaptação para português feita pelo padre António Cartageno.
Antes desta sessão decorre, às 16h00, a apresentação de um filme sobre João Paulo II, seguindo-se, pelas 18h30, a celebração da missa evocativa da sua memória.
Ainda em Lisboa, na igreja da Encarnação, no Chiado, o núncio apostólico [embaixador da Santa Sé] vai benzer uma imagem de João Paulo II, às 19h00, para ser exposta à veneração dos fiéis.
O Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra, juntamente com o seminário da diocese, promove por seu lado um congresso teológico intitulado ‘João Paulo II: Memória e Presença’.
OC

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

João Paulo II: Possível milagre estudado no México para lançar canonização

Igreja celebra memória litúrgica do Papa polaco a 22 de outubro, pela primeira vez



Cidade do Vaticano, 19 out 2011 (Ecclesia) – Um possível milagre atribuído à intercessão de João Paulo II (1920-2005), no México, poderia abrir caminho à declaração como “santo” do Papa polaco, beatificado em maio, revela a Rádio Vaticano.
O padre Jorge Oscar Herrera Vargas, porta-voz da arquidiocese de Yucatán, revelou que o caso vai ser julgado por um tribunal eclesiástico e enviado ao postulador da causa de canonização, padre Slawomir Oder.
Em causa está a cura “repentina” de Sara Guadalupe Fuentes, recuperada de um tumor que obstruía, em 80%, a sua garganta e a impedia de comer devidamente, numa altura em que as relíquias do beato João Paulo II visitaram o México.
O Papa polaco foi proclamado beato por Bento XVI a 1 de maio, na Praça de São Pedro, numa cerimónia em que participaram cerca de um milhão de pessoas, encerrando a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica.
De acordo com o direito canónico, para a canonização é necessário um novo milagre atribuível à intercessão do beato João Paulo II a partir desse dia.
Concluídas estão, em definitivo, as investigações sobre as chamadas “fama de santidade” e “virtudes heroicas” de Karol Wojtyla (1920-2005), eleito Papa em outubro de 1978, o que torna o processo de canonização menos moroso.
O Vaticano escolheu o dia 22 de outubro, início de pontificado de João Paulo II, para a celebração da memória litúrgica do beato.
A Santa Sé dispõe um calendário próprio para a diocese de Roma (da qual todos os Papas são bispos) e as dioceses da Polónia (país natal de João Paulo II), regulando o “culto litúrgico” ao futuro beato.
Outras conferências episcopais, dioceses ou famílias religiosas podem apresentar um “pedido de inscrição” desta memória litúrgica nos seus calendários próprios, por causa do “caráter de excecionalidade” de que se revestiu esta beatificação.
Nesse sentido, é permitido que, no primeiro ano após a cerimónia, seja possível celebrar uma “Missa de agradecimento a Deus” em locais e dias “significativos”, por decisão de cada bispo diocesano.
OC

terça-feira, 18 de outubro de 2011

«É urgente aprender a cultura do dar» diz bispo (redação corrigida)



Bragança: «É urgente aprender a cultura do dar» diz bispo (redação corrigida)
D. José Manuel Cordeiro reúne pela primeira vez com o clero, depois de ter celebrado missa na sua terra natal
Bragança, 17 out 2011 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda preside hoje, no Seminário de São José, à primeira Assembleia do Clero desde que tomou posse da diocese, no início do mês, e um dia depois de ter celebrado missa na sua terra natal.
“A nossa vida é um rosário de dádivas gratuitas. E há tanto amor a restituir, tanta amizade, esperança a devolver! É urgente aprender a cultura do dar”, sublinhou D. José Manuel Cordeiro em Alfândega da Fé, na eucaristia deste domingo, na qual recordou a importância de Deus, da família e de toda a comunidade na sua própria formação humana e espiritual.
Segundo um comunicado do gabinete de imprensa diocesano, enviado à Agência ECCLESIA, o prelado aproveitou a celebração para chamar a atenção dos sacerdotes para a importância de uma “Igreja de serviço, que não impõe a fé, mas solicita a coragem pela verdade”.
Aos fiéis salientou que a melhor forma de se relacionarem com Deus não é através do “tributo”, como os judeus faziam com César, no tempo do Império Romano.
“Alguns creem que Deus se contenta com exterioridades, pias devoções, esmolas e velas. Mas ele deseja uma relação filial, como com o seu filho Jesus, num diálogo, numa presença e numa partilha de vida”, sustentou.
As palavras utilizadas por Jesus, no Evangelho deste domingo, quando confrontado pelos fariseus sobre se era “lícito ou não pagar o imposto a Roma”, são para o bispo de Bragança-Miranda sinal de uma comunhão entre Deus e os homens que não se pode ficar pelos gestos materiais.
“Jesus não usa o verbo pagar e emprega um verbo que não quer dizer apenas ‘dai’ mas ‘restitui’, ‘redai de volta’. Porque de nada és proprietário, a não ser do teu coração”, explicou.
De acordo com D. José Manuel Cordeiro, cada cristão é “um talento de ouro” que traz cunhada não a imagem de um “poder” deste mundo, como César, mas “a imagem de Deus”, que deve por em prática – “restituir” – todos os dias.
A Assembleia do Clero de Bragança está a decorrer à porta fechada, adianta o gabinete de imprensa da diocese.
JCP/OC